Entrada da água e perfilhamento
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15/01/2020Produção de arroz sob pivô: vantagens e desafios
O sistema de irrigação por aspersão em pivô central aumentou aproximadamente 200.000 hectares apenas no ano de 2018 e já representa mais de 20% de toda área irrigada no país. De acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA), a sua participação poderá atingir 40% até o ano de 2030. Com o objetivo de buscar a maior eficiência na produção de arroz em um sistema de rotação de culturas, reduzindo custos e melhorando as características físico-químico-biológicas do solo alguns produtores têm optado por este sistema de irrigação.
Ao substituir a irrigação dos cultivos de inundação para aspersão, o produtor obtém maior eficiência no processo produtivo, uma vez que são obtidas produtividades consideráveis sob um custo de produção 20% menor (EMBRAPA, 2017). Produtores e empresas de assistência técnica, que tem os valores reais do dia-a-dia do arroz, chegam a mensurar uma redução de até 30% no custo de produção. Além disso, pensando na sustentabilidade da produção, o arroz irrigado por aspersão consome cerca de 40 à 50% menos de água comparado ao sistema inundado, tornando-o mais amigável ao meio ambiente.
A principal diferença no custo de produção está em virtude do preparo e manutenção do solo. No sistema inundado há muitas horas de máquinas dedicados as práticas culturais, o que acarreta maiores custos com mão-de-obra e combustível, sem considerar o imobilizado e manutenções em máquinas e implementos que é bem maior comparado ao cultivo sob pivô central.
Dado importante ocorre no processo físico-mecânico do solo, pois quanto mais se revolve este, mais promovemos perdas de nutrientes, seja pela desestruturação dos agregados como pela redução da atividade microbiológica do solo. Em contrapartida, o uso do pivô central possibilita a rotação de culturas, que através da adição de resíduos de cultivos de verão e de plantas de cobertura e/ou pastejo no outono-inverno propicia a ciclagem de nutrientes, o aumento do teor de matéria orgânica e disponibilidade de nitrogênio (fixação biológica em soja), resultando em solos com maior fertilidade (SOSBAI, 2018). De acordo com a Embrapa Clima Temperado, durante a colheita há pelo menos 10% a mais de eficiência na operação da área irrigada por aspersão.
Dentre as desvantagens do sistema do pivô destaca-se a necessidade de um maior cuidado em manter o pH em condições ideais. Pois quando não há lâmina d’água agindo como uma solução tampão que eleva o pH, a disponibilidade de nutrientes é reduzida e os teores alumínio toxico são maiores. Outra desvantagem é o manejo de plantas daninhas que é dificultado por não existir lâmina d’água, agindo esta como uma barreira física impedindo a germinação de espécies que não toleram tal condição, todavia, isso pode ser minimizado, trabalhando-se com pastagens de inverno, a palhada remanescente na área também atuando como barreira física, dificultando o estabelecimento de plantas daninhas.
Além do fator econômico, podemos elencar algumas vantagens técnicas da produção sob pivô, por exemplo, possuir maior uniformidade do solo, permitindo melhor plantabilidade com profundidade e distribuição adequadas. Isso acarreta uma emergência mais uniforme, o que fará com que o ciclo das plantas seja mais homogêneo desde a emergência até a colheita. Além disso no sistema por inundação, temos a diferença de estrutura e fertilidade do solo por resultado da raspagem do “leivero para construção da taipa”, sem falar em fundos de talhão, locais onde a irrigação é sempre deficitária. Essa uniformidade obtida no pivô, pode ser fator determinante para melhoria de qualidade industrial de grãos, garantindo menos defeitos e menos descontos por parte da indústria, rentabilizando ainda mais a produção.
Na produção de sementes essas vantagens se mantêm, garantindo uma lavoura mais uniforme e assim alcançando sementes de maior potencial, otimizando a germinação e o vigor. Pensando em qualidade, nós da Sementes Ceratti somos pioneiros na produção de sementes de arroz sob pivô, o que já realizamos há vários anos com manejos específicos neste sistema de irrigação.